Nanã é a mais antiga entre os Orixás cultuados no Brasil. Guardiã da ancestralidade, da sabedoria e da renovação da vida, ela representa o ciclo da existência: nascimento, morte e renascimento. Seu domínio sobre a lama, onde vida e morte se encontram, simboliza seu poder profundo sobre os mistérios da criação e do retorno à terra.

De origem jeje-nagô, Nanã está ligada à ancestralidade feminina e à memória dos que vieram antes. É uma Orixá que não se apressa — seu tempo é o da maturidade, da escuta e da firmeza. Seus mitos contam que foi a primeira a receber o segredo da criação e a única a lidar com a transição entre os mundos com sabedoria e compaixão.

Nanã está presente na chuva que renova a terra, na lama que dá forma à vida, no silêncio que ensina. Seu culto é marcado por respeito, silêncio e profunda reverência. Seus rituais costumam acontecer próximos a lagos, pântanos ou águas paradas, lugares que guardam o tempo e a memória dos ancestrais.

Traços de quem é de Nanã

Filhas e filhos de Nanã geralmente são:

Sábios, pacientes e profundos

Respeitosos com os mais velhos e com os ciclos da vida

Reflexivos e conectados com o passado

Firmes em suas decisões, mesmo em silêncio

Afetuosos, mas discretos

São pessoas que carregam a força do tempo, sabem acolher com maturidade e oferecem segurança por onde passam.

Oferendas a Nanã

As oferendas a Nanã são tradicionalmente feitas em lagos, brejos ou águas paradas. Os principais elementos são:

Milho branco cozido sem sal

Feijão fradinho cozido com azeite

Flores roxas, lilases ou brancas

Velas roxas, brancas ou lilases

Água mineral ou vinho suave

Toda oferenda deve ser feita com respeito e consciência da força ancestral que ela representa.

Como acender uma vela para Nanã

A vela deve ser roxa, branca ou lilás. Pode ser acesa em casa, em altar ou próximo a águas calmas.

O que dizer ao acender:

"Salubá Nanã, senhora dos mistérios, das águas paradas e da vida que se renova. Que sua sabedoria me guie e sua força me proteja."

Saudação a Nanã

Salubá Nanã!

A saudação “Salubá” vem do iorubá e é um chamado de reverência à Orixá mais velha. Expressa respeito profundo, humildade e conexão com os ciclos da vida e da morte.

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